Publicado em: 27/10/2023 por Caroline Antunes


Olá, Trilheiros(as)!

O texto de hoje busca esclarecer os principais tipos de aprendizagem e explicar a relevância dessas técnicas para melhor aproveitamento dos estudos. Preparados?

Vamos lá!

Os estilos de aprendizagem refletem as diferentes formas que podem ser utilizadas para aprender e reter conteúdo. Justamente por ser algo muito pessoal, é importante destacar que a maioria das pessoas não se encaixa rigidamente em apenas um estilo de aprendizado. Muitas vezes, o mais eficaz é uma combinação desses estilos. Portanto, lembre-se que é fundamental experimentar diferentes abordagens de aprendizado para descobrir o que funciona melhor para você em situações diferentes!

Basicamente, as formas de aprendizagem mais abordadas são as seguintes: visual, auditiva e cinestésica. 

Aprendizagem visual

Como o próprio nome diz, pessoas visuais aprendem melhor através de estímulos visuais. Alguns exemplos são: criação de gráficos, diagramas, imagens, grifos de diversas cores e mapas mentais.

Para pessoas visuais, o ato de anotar informações, fazer esquemas e usar cores são técnicas de aprendizado eficientes. Geralmente, são pessoas que tendem a compreender informações lendo ou observando.

Aprendizagem auditiva

As pessoas consideradas “auditivas” têm maior facilidade de aprender através da audição e da linguagem. São pessoas que se beneficiam de palestras, aulas, discussões, “podcasts” e leitura em voz alta, por exemplo. A repetição verbal e gravação de informações em áudio podem ajudar a reforçar a aprendizagem auditiva.

Aprendizagem cinestésica

As pessoas ditas “cinestésicas” aprendem melhor através da experiência prática e da ação.
Essas pessoas têm maiores benefícios a partir de atividades práticas, como por exemplo: discussões em grupo, demonstrações, explicações verbais a outros estudantes e associações físicas com conteúdo estudado. 

Estudo passivo e ativo

Aprofundando um pouco mais sobre esses estilos de aprendizagem, chegamos aos conceitos de estudo passivo e ativo. De forma resumida, as técnicas de cada um desses estilos podem ser classificadas como estudo passivo ou ativo. 

Para ilustrar esses conceitos, trazemos a “Pirâmide de Aprendizagem” que passou a ser conhecida no universo dos estudantes.  A pirâmide apenas organiza os diferentes estilos e técnicas de aprendizagem entre estudo ativo e passivo. Por exemplo, o aprendizado visual pela técnica da leitura é considerado um estudo passivo, enquanto o aprendizado cinestésico pela técnica do “falar sobre” é considerado estudo ativo. Veja-se: 

Essa pirâmide foi construída a partir dos estudos elaborados por William Glasser e Edgar Dale e esses estudiosos sugerem que as pessoas tendem a lembrar melhor o conteúdo estudado com base no tipo de técnica de aprendizado. Como é possível perceber, o estudo ativo é o mais eficiente para retenção de conteúdo. 

Mas verdade seja dita: embora muito difundida no mundo dos estudos para concursos públicos, a pirâmide tem sido muito criticada por ausência de evidências científicas sólidas que a sustentem. 

Assim, não há dúvidas de que a pirâmide fornece uma perspectiva útil, mas ela não deve ser considerada como regra, justamente porque a forma de aprendizagem que melhor funciona depende de vários fatores, incluindo o contexto, o conteúdo estudado, o envolvimento do aluno e seu estilo de aprendizado.

Sob uma perspectiva mais realista, George Marmelstein, Juiz Federal aprovado também em outros concursos públicos, aponta que a aprendizagem é um processo que depende tanto de inputs (ou seja, da entrada de informação, muita vezes realizada de forma passiva) quanto de outputs (o uso ou o processamento da informação, realizados necessariamente de forma ativa). Segundo o autor “não há como processar ativamente a informação (dar aula, por exemplo) sem antes recebê-la por algum método de input (como a leitura)”. E o autor conclui “é muito melhor tratar a aprendizagem como um processo dinâmico, em que inputs e outputs são componentes essenciais”. 

Essa perspectiva, além de mais realista, pode ser compreendida de forma mais fácil na nossa vida prática.

De forma ilustrativa, a seguir há a reprodução da tabela desenvolvida pelo autor em seu livro "Superaprendizagem":

INPUT
Entrada de informação
OUTPUT
Uso da informação
Ler Dar aula
Assistir a aulas e palestras Anotar e resumir textos (artigos, posts ou livros)
Ouvir podcasts Elaborar mapas mentais, sketchnotes ou organogramas
Ouvir audiolivros Produzir audionotas
Assistir a documentários e filmes instigantes Escrever textos, posts ou ensaios sobre o assunto
Assistir a vídeos com conteúdo intelectual Resolver questões ou solucionar problemas sobre o tema
Receber conteúdo de qualidade nas redes sociais   Debater ou conversar sobre o tema em grupo

 

Em síntese, combinando todas essas informações, é possível afirmar que o estudo passivo deve estar acompanhado do estudo ativo e que as melhores técnicas, para cada pessoa, podem ser extraídas dos diferentes estilos de aprendizagem. Nesse sentido, ainda que uma pessoa tenha maior facilidade com a aprendizagem visual, utilizando o método da leitura, por exemplo, é possível tornar o estudo ainda mais efetivo com outras técnicas que exijam o uso da informação.

Fez sentido até aqui? 

Pois bem.  

A essa altura você pode estar se perguntando: “mas como essas informações podem fazer diferença na minha vida?”. 

Relevância prática 

Identificar o estilo de aprendizado pode ser bastante útil não só para melhor retenção do conteúdo estudado, mas também para evitar a procrastinação do estudo de matérias e assuntos considerados “difíceis”, “chatos” ou “irrelevantes”. Sabe aquele assunto que parece nunca ser assimilado? Ou então aquele assunto que você lê infinitas vezes mas parece não compreender nada? Pode ser apenas a maneira como você está estudando determinado conteúdo e não a matéria em si.  

Dessa forma, identificar o seu estilo de aprendizado é crucial por várias razões. Vejamos algumas delas:

  • Permite a escolha da forma mais efetiva para o input de informações: o primeiro contato com algumas matérias ou assuntos pode ser desafiador. Nesse sentido, identificar o seu melhor estilo de aprendizagem pode tornar o estudo mais leve e tranquilo. 
  • Possibilita melhorar a escolha dos métodos de estudo e a eficiência de aprendizado: quando você sabe como aprende melhor e como estudar determinado matéria ou assunto, pode adaptar seu método de estudo para ser mais eficiente. Imagine a situação de um estudante que, no geral, aprende bem apenas lendo os temas de Direito Administrativo por um e-book ou livro, mas acha o assunto “licitações” de difícil compreensão. Nesse caso, o input dessas informações pode ser mais efetivo por outra técnica, como assistir uma aula.  
  • Melhora a motivação: quando o assunto é estudo para concursos de alto nível, não há nada que mais satisfaça um estudante do que sentir que está avançando no aprendizado. Sem dúvidas essa sensação pode aumentar a sua autoestima e motivação para continuar estudando, principalmente quando se fala em estudo de longo prazo. Nesse ponto, entender os próprios mecanismos de aprendizagem pode colaborar (e muito!) nesse caminho.
  • Ajuda a diminuir a procrastinação: a procrastinação aparece quando temos a necessidade de postergar uma tarefa, geralmente porque nos agrada pouco ou porque temos muita dificuldade. A procrastinação é um dos principais problemas para quem estuda para concursos jurídicos, pois atrapalha a constância nos estudos. Por essas razões, conhecer os estilos de aprendizagem que mais fazem sentido para você, podem mudar a forma como você se relaciona com a tarefa de estudar permitindo que seja efetivamente cumprida.

Todas essas considerações servem para reforçar a ideia de que não há apenas uma forma de aprender e que todas podem e devem ser testadas e combinadas. 

Lembre-se: os estilos de aprendizagem podem (e devem) ser agregados ao seu dia a dia de estudos, de forma a facilitar o seu aprendizado!

E você, já conseguiu identificar o seu estilo de aprendizagem?